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ancestralpampilhosense

A intenção é partilhar este meu gosto pelas antiguidades, pelas histórias, pelas tradições e tudo o que tenha a ver com o património pampilhosense e sensibilizar os descendentes da Pampilhosa da Serra a darem mais valor às suas raízes!

A intenção é partilhar este meu gosto pelas antiguidades, pelas histórias, pelas tradições e tudo o que tenha a ver com o património pampilhosense e sensibilizar os descendentes da Pampilhosa da Serra a darem mais valor às suas raízes!

Três anos do blogue Ancestralpampilhosense!!!

3 anos do blogue.jpg

Sempre gostei de velharias, mais propriamente de velharias que tenham pertencido a pampilhosenses, porque penso que preservando os objetos estou a preservar e a respeitar a memória dos anteriores proprietários.

O blogue Ancestralpampilhosense nasceu após umas pesquisas na internet sobre uma travessa e um prato grande, azul e branco, que a minha avó paterna me deu há vários anos atrás. A minha pesquisa levou-me a uns blogues muitos interessantes sobre velharias, são eles: Velharias do Luís (de Luís Montalvão), Arte, livros e velharias (de Maria Andrade) e Trapos cacos e velharias (do Flávio Teixeira). Com eles aprendi muita coisa sobre velharias e faiança. Aprendi, por exemplo, que o motivo da minha travessa e prato grande, azul e branco, se chama Cantão Popular e que não os posso atribuir a nenhuma fábrica ou fabricante, porque não tem marca.

Prato e Travessa na estante.jpg

 

E os blogues do Luís, da Maria e do Flávio fizeram-me pensar em criar um blogue, mas um blogue onde colocaria as minhas pesquisas sobre o passado pampilhosense. E este passado pampilhosense inclui a história, as pessoas, a paisagem, os objetos, etc.

Desta travessa e prato grande, sei apenas que a decoração é Cantão Popular, apesar de os achar muito parecidos com uma jarra que a Maria Andrade fotografou nas reservas de cerâmica do Museu Municipal Santos Rocha, na Figueira da Foz, e que atribuía esse tal jarro à Fábrica dos Carritos (perto da Figueira da Foz).

Não sei quem foi o fabricante desta faiança, mas sei um pouco da sua história.

A minha avó paterna, Isaura de Jesus Pereira, herdou a travessa e o prato de uma tia, irmã da sua mãe, que faleceu solteira na aldeia da Covanca (freguesia de Fajão-Vidual). O seu nome era Glória de Jesus. O meu pai sempre a tratou por Ti Glória e diz que ela era a “rainha da tigelada”. Ele lembra-se que em criança, ia com os seus irmãos às povoações vizinhas comprar ovos, para ela fazer as tigeladas que lhe encomendavam por altura das festas e casamentos.

Imagem2.jpg(Os bisavós da aldeia da Covanca com os oito filhos. A Ti Glória era irmã da minha bisavó, Maria da Nazaré de Jesus)

 

Não sei em que data nasceu a Ti Glória, mas sei que faleceu no dia 25 ou 26 de março de 1984 com 89 anos. Eu estava com a minha avó, tinha quatro anos, quando fomos ao funeral da Ti Glória, a Porto da Balsa. Apanhamos boleia no carro dos correios, que na altura funcionavam um pouco como táxis. Ficamos a pernoitar em Fajão, em casa da Ti Joaquina (irmã da minha avó) e só no dia seguinte, novamente à boleia dos correios, regressamos à aldeia de Sobral de Cima, a terra que os meus avós paternos adotaram, para afastar os filhos das minas da panasqueira.

E foi assim, através desta faiança que herdei dos meus ancestrais da aldeia da Covanca, que iniciei esta aventura do blogue. Aqui vou escrevendo memórias e colocando fotografias do passado pampilhosense, para não deixarmos esquecer as nossas raízes!

Cantão Popular com tigelada.jpg