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ancestralpampilhosense

A intenção é partilhar este meu gosto pelas antiguidades, pelas histórias, pelas tradições e tudo o que tenha a ver com o património pampilhosense e sensibilizar os descendentes da Pampilhosa da Serra a darem mais valor às suas raízes!

A intenção é partilhar este meu gosto pelas antiguidades, pelas histórias, pelas tradições e tudo o que tenha a ver com o património pampilhosense e sensibilizar os descendentes da Pampilhosa da Serra a darem mais valor às suas raízes!

Centenário do nascimento de Urbano Duarte

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(Fotografia de Urbano Duarte cedida pelo jornalista Mário Martins)

 

A 21 de fevereiro de 1917, há precisamente 100 anos, nasce em Pescanseco do Meio, Urbano Duarte, filho de Urbano Duarte e Felismina Gaspar, o primeiro de sete filhos do casal. Seu pai e tios foram imigrantes na América.

 

casa onde nasceu.jpg(Casa onde nasceu Urbano Duarte em Pescanseco do Meio)

 

Em idade escolar, vai viver com um primo do seu pai, padre João de Deus, em Vinha da Rainha (Soure).

Por influência e exemplo do seu familiar, entra no Seminário de Coimbra, no ano letivo de 1929/ 30. Teve como professor de português o Padre Américo e, se Urbano Duarte já tinha o gosto pela língua pátria, o professor Padre Américo ajudou a reforçar esse seu interesse. Foi sempre um bom aluno e destacou-se dos seus condiscípulos, sendo um dos cinco alunos escolhidos para estudar no estrangeiro.

Vai para Roma, no ano de 1934, na companhia de António de Brito Cardoso, futuro cónego da Sé de Coimbra e de Manuel Almeida Trindade, designado Bispo de Aveiro, em 1962. Completa o curso de Filosofia e Teologia. É ordenado Padre, em Roma, em 23 de março de 1940, com 23 anos de idade.

Chega a Coimbra nesse mesmo ano de 1940, e é convidado a integrar a equipa formadora do Seminário. É professor de Eloquência, de Dogmática Especial (curso de Teologia do Seminário). Foi também professor de Religião e Moral na Escola Avelar Brotero, no Liceu D. João III (hoje Liceu José Falcão) e professor de Filosofia no Colégio da Mealhada.

Urbano Duarte torna-se muito conhecido em Coimbra por ser professor de milhares de jovens. Tinha uma maneira diferente de ensinar e educar e por esse motivo as suas aulas eram frequentadas por muitos jovens.

Como sacerdote também se destaca. É Prefeito do Seminário e Capelão da Universidade, Pregador da Sé e Cónego do Cabido.

Mas é como jornalista que Urbano Duarte se vai destacar mais pela sua sabedoria e facilidade de comunicação. Começa no semanário Correio de Coimbra como colaborador na década de 40, é nomeado diretor em 1951 e permanece no Correio de Coimbra até à sua morte.

Imagem3.jpg(O Cónego Urbano Duarte em 1951, quando é nomeado diretor do Correio de Coimbra)

 

 

Em 1952 chega ao Correio de Coimbra o padre e artista, Monsenhor Nunes Pereira, para chefe de redação. Os dois pampilhosenses serão companheiros de jornada durante mais de duas décadas.

 

Urbano Duarte de Manuel de Almeida Trindade 1.º V(Crónica de Urbano Duarte sobre a chegada de Monsenhor Nunes Pereira ao Correio de Coimbra. Página 124 do livro Urbano Duarte de Manuel de Almeida Trindade)

 

As crónicas que Urbano Duarte escrevia no jornal, designadas por “ Sintomas”, saíam na 1ª página, estando muitas vezes mais destacadas do que o nome do jornal ou mesmo do que as outras notícias.

O facto de uma das avenidas de Coimbra ter o seu nome, mostra o quanto foi grande a sua presença na vida coimbrã e o quanto era estimado.

A 10 de junho de 1993, treze anos após a sua morte, Mário Soares atribui-lhe a comenda de Grande Oficial da Ordem de Mérito.

O pampilhosense sacerdote, professor e jornalista, nunca esqueceu as suas origens, era costume a sua passagem pela aldeia natal, Pescanseco do Meio. Escrevia também sobre este povo serrano que denominava de “gente trabalhadora” e sobre estas aldeias da serra que, ele dizia serem “a alma portuguesa” e “um celeiro riquíssimo de qualidades morais”.

Faleceu na noite de 16 de maio de 1980 no seu quarto, no Seminário Maior de Coimbra.

 

Urbano Duarte um mês e meio antes de falecer com

 (Fotografia de Urbano Duarte um mês e meio antes de falecer.)

 

 

 

Bibliografia:

Trindade, Manuel de Almeida, Urbano Duarte (1 vol.), Coimbra,Gráfica de Coimbra, 1989.

Martins, Mário, Urbano Duarte: Crónicas dos Anos Quentes (1971-1980), Edição do autor, 2014. (martins56@gmail.com)

 

Agradecimentos:

Jornalista Mário Martins

D. Elza Gaspar

D. Helena Teodoro

 

 

Urbano Duarte

Neste Dia Mundial do Livro, porque não, falar de um livro que retrata um ilustre pampilhosense; "Urbano Duarte, crónicas dos anos quentes, 1971-1980", da autoria do jornalista Mário Martins. A apresentação do livro teve lugar na Biblioteca Municipal Dr. José Fernando Nunes Barata, no dia 18 de abril, pelas 15:00 horas. A abertura da apresentação foi feita pelo Vereador João Alves e o orador foi o nosso Presidente da Assembleia Municipal, Prof. José Ramos Mendes.

O autor do livro começou por explicar que a sua ligação à Pampilhosa era pela amizade que teve com dois pampilhosenses, Urbano Duarte e Augusto Nunes Pereira.

Urbano Duarte que nasceu em Pescanseco do Meio no dia 21 de fevereiro de 1917, era o diretor do jornal “Correio de Coimbra”, quando Mário Martins, com 16 anos, foi trabalhar para lá.

As crónicas que escrevia no jornal, designadas por “ Sintomas”, saíam na 1ª página, estando muitas vezes, mais destacadas do que o nome do jornal ou mesmo do que as outras notícias.

O pampilhosense sacerdote, professor e jornalista, muito estimado em Coimbra, nunca esqueceu as suas origens.

Faleceu na noite de 16 de maio de 1980 no seu quarto, no Seminário Maior de Coimbra.

O jornalista Mário Martins, ainda fez um desafio à Câmara da Pampilhosa, o de fazer um busto em homenagem a Urbano Duarte e o de fazer um livro com todos os textos que escreveu sobre a Pampilhosa. Promessas que a Câmara de Coimbra prometeu e nunca cumpriu.

Por mim, só posso agradecer a Mário Martins, por ter dedicado um livro a um pampilhosense que eu desconhecia, mas que ao conhecer fiquei a admirar. Admiração igual à que tenho pelo Monsenhor Nunes Pereira, também seu amigo pessoal e que também aparece mencionado neste livro.

É caso para dizer, como disse o Prof. Ramos Mendes, nesta apresentação, quando falava de Urbano Duarte e lembrando-se do nome de tantos pampilhosenses, que assim como Urbano Duarte, engrandeceram a história da sua terra natal: “Mas que grande Pampilhosa”!

 

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 (Capa do livro)

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(Imagem retirada do livro "Urbano Duarte", de Mário Martins, pág. 45) 

 

“Aqui, junto das viúvas de Fajão, dos velhos com a enxada na mão, dos gaseados do guerra, dos esportelantes para que haja estrada e melhoramentos, dos esquecidos da justiça e das contas, das pessoas de rodilha com molho às costas e mãos erguidas à Senhora da Guia, é que eu queria ver esses jovens que se arvoram em defensores do povo, embora sem nunca terem saboreado o caldo e a côdea do povo, porque sempre tiveram mesa de ricos”

(Urbano Duarte, "Síntoma" n.º371, mencionado no livro de Mário Martins, pág. 100)

Mário Martins apres livro Urbano Duarte.JPG

 (O jornalista, Mário Martins, na apresentação do seu livro)