Santo António e os Santos Populares
Nestas serras cheira a rosmaninho e macelas. Com os aromas vêm também as memórias das coroas que os jovens faziam com macelas, das fogueiras de rosmaninho à volta do mastro, todo ele revestido com rosmaninho e com um cântaro de barro na ponta e os saltos por cima das fogueiras. Depois ainda havia tempo para o bailarico que se fazia junto à fogueira. Estamos no mês dos Santos Populares!
No dia de Santo António ou no domingo seguinte fazia-se e continua a fazer-se, a procissão, a missa e o leilão das oferendas que as pessoas prometiam ao santo.
Há uma antiga história, engraçada, de um homem da Pampilhosa que tinha o seu porco doente e como era um prejuízo muito grande a morte do porco, pois já estava perto da matança, o dito senhor prometeu ao Santo António os pés e outras peças do porco se o Santo António o conseguisse salvar. A verdade é que o porco acabou por morrer doente. O senhor um dia apanhou uma bebedeira e foi ralhar com o Santo António, dizendo-lhe: “…tu não querias só os pés, tu querias era o porco todo!”.
A fotografia em cima, é do Altar da Capela de Santo António na vila de Pampilhosa da Serra. O altar recentemente restaurado por técnicas competentes pôs a descoberto as pinturas originais.
A Capela é do século XVI, apesar de já ter sofrido algumas alterações e a imagem de Santo António, uma escultura em pedra do séc. XVII.
Para além da mordoma da Capela de Santo António que lhe dedica o seu tempo desde a altura do senhor padre Carlos Borges das Neves e prepara a festa religiosa, existe ainda uma comissão constituída por homens da vila chamados António que trata da festa profana. Uma festa muito bonita e bairrista.
Não posso esquecer os habitantes do Bairro de Santo António desta vila que têm gosto em manter as suas casas cuidadas e de ter a rua cheia de flores.
Cheira bem, cheira à Pampilhosa da Serra!
(Pormenor da Rua de Santo António)
Agradecimentos:
- À Alda Brito, mordoma da Capela de Santo António,
- Ao António Brito, membro da Comissão de Festas de Santo António,
- Ao Rui Brito, morador na Rua de Santo António.