Arvores e poesia
Neste dia mundial da floresta, da arvore e da poesia, procuro na estante poesia pampilhosense...
Entre o arvoredo
Verde e soberbo
Eu me sonho,
E no abandono
Revivo o passado
Da mocidade.
Mas é tarde
E o tempo arrefece.
Já gasto,
O tronco treme,
Apavorado,
Oco e seco
Como um galho.
(José Teodoro Martins, Duvidar não é negar, 1993)
Primavera
Novamente o rouxinol
a cantar o seu trinado
vai a chuva vem o sol
os verdes surgem no prado
Não vivemos na quimera
a natura fica linda
aos sinais da primavera
as vozes gritam bem-vinda
Arvoredo tem renovo
andorinha lá vem ela
odor da rosa de novo
a natureza mais bela
A roseira já tem rosa
a cereja tem pintor
a campina mais formosa
obrigado ó Criador
O preto melro já canta
sem rival no mês de Abril
o pobrezinho tem manta
tem o sol primaveril
O pastor na serrania
canta feliz no moledo
a montanha menos fria
na primavera é mais ledo
(Aníbal Fernandes, Meu canto minha alvorada, A Comarca de Arganil, maio de 1994)
E ao longe... majestosa.
Perto, triunfante!
E ao olhar para este caminho, não posso deixar de imaginar, D. Maria José de Meireles Guedes Cabral fazendo o percurso para se sentar à sombra das camélias e da magnólia.