Dia de Santa Rita
(Altar e retábulo da Capela de Santa Rita)
Maio é o mês de Maria, das mães, mas é também o mês de Santa Rita, pois este festeja-se a 22 de maio.
Santa Rita de Cássia nasceu em Roccaporena (Itália) no ano de 1381 e faleceu a 22 de maio de 1457 em Cássia. Desde criança que demonstrou vontade de se consagrar à vida religiosa mas, para obedecer a seus pais, casou-se aos doze anos. Após a morte do marido e dos seus dois filhos ingressa no mosteiro das irmãs Agostinianas. Durante catorze anos e até à sua morte, trouxe um estigma na testa, estando associado à paixão de Cristo. Foi beatificada em 1627 e canonizada pela Igreja Católica em 1900. Os milagres que lhe são atribuídos são tantos e tão extraordinários que é considerada “advogada das causas perdidas e santa do impossível”. É padroeira das causas impossíveis, dos doentes, das mães e esposas que sofrem pelos maus tratos dos maridos. Costuma estar representada com um espinho cravado na testa, com rosas e crucifixo.
A fama de Santa Rita espalhou-se por toda a parte e depressa chega a Portugal.
Na vila de Pampilhosa da Serra construiu-se uma capela particular em sua honra que, segundo estudo de Ana Paula Branco, poderá ser ainda do século XVII, pois o culto a Santa Rita começa logo por altura da beatificação. Quem habitava a casa onde está incorporada a capela, em 1763, era o Capitão Custódio Homem Castelão de Brito Leitão que pagava foro a Marcos de Torres de Portalegre, tendo também que paramentar a Capela de Santa Rita. Este Marcos de Torres era descendente da família proprietária da casa que deixaram a vila para exercer cargos de sargento-mor, tabelião e outros.
Durante vários anos a casa era conhecida como sendo a “Casa dos Melos” porque os netos do referido Capitão, Luís de Mello Castelão de Brito Brandão, Custódio de Mello Brandão, D. Maria Catarina e José Feliciano de Mello Brandão, terão habitado nesta casa até morrerem.
A casa, a capela e propriedades foram compradas nos anos vinte do século passado, por José Augusto Nunes Barata, tesoureiro da Fazenda Pública, a descendentes da família Mello Castelão de Brito Brandão.
José Augusto Nunes Barata e sua esposa, Maria da Anunciação Lucas Barata, professora, e seus dois filhos, a Dr.ª Maria Luísa, que apesar dos seus 93 anos, continua com uma cultura e lucidez admirável e o falecido Dr. José Fernando que doou os 8.000 livros da sua biblioteca particular à Biblioteca Municipal, souberam preservar com dignidade a casa e a capela e foi por esse cuidado que este património com história chegou aos nossos dias.
Os proprietários, a família Barata de Brito, pretendem classificar a casa e a Capela de Santa Rita. Sem dúvida uma boa notícia para o concelho de Pampilhosa da Serra que vai ter assim, salvaguardado, um património importantíssimo da identidade pampilhosense.
(Coro da Capela de Santa Rita)
Bibliografia:
- "A casa dos Melos e a capela de Santa Rita na Pampilhosa da Serra - A sua antiguidade e os sucessivos proprietários" por Ana Paula Loureiro Branco, fevereiro de 2017;
- A Comarca de Arganil, n.º550, ano XI, 12 de outubro de 1911;
- Sítio dos parentes e amigos de Ângelo Queiroz da Fonseca;
- https://pt.wikipedia.org/wiki/rita_de_cassia
Agradecimentos:
- À Dr.ª Maria Luísa Nunes Lucas de Brito;
- Ao Dr. Mário Correia;
- À Dr.ª Ana Maria Barata de Brito;
- À Dr.ª Ana Paula Loureiro Branco;