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ancestralpampilhosense

A intenção é partilhar este meu gosto pelas antiguidades, pelas histórias, pelas tradições e tudo o que tenha a ver com o património pampilhosense e sensibilizar os descendentes da Pampilhosa da Serra a darem mais valor às suas raízes!

A intenção é partilhar este meu gosto pelas antiguidades, pelas histórias, pelas tradições e tudo o que tenha a ver com o património pampilhosense e sensibilizar os descendentes da Pampilhosa da Serra a darem mais valor às suas raízes!

Dia mundial da Dança

 

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 (Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, em Cernache, 2011)

(Imagem retirada do site "pampilhosa da serra, imagens para o futuro")

 

Nos tempos que já lá vão, os habitantes do concelho da Pampilhosa, aproveitavam os dias de festa, religiosos ou profanos, principalmente ao domingo, para descansarem dos trabalhos do campo e conviverem, dançando e cantanto…

Hoje, são os Ranchos Folclóricos, o testemunho desses bailaricos dos nossos antepassados! No nosso concelho, atualmente, são três, os Ranchos Folclóricos, que levam longe a cultura pampilhosense.

O primeiro Rancho a nascer, foi o Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, no dia 17 de março de 1984, fundado pela direção da Casa do Concelho.

Depois, o Rancho Folclórico de Dornelas do Zêzere, fundado a 13 de abril de 2000.

E o Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra, fundado a 8 de maio de 2005.

 

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 (Rancho Folclórico de Dornelas do Zêzere, em Camba, 2006)

(Imagem retirada do site "pampilhosa da serra, imagens para o futuro")

 

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 (Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra, em Fajão, 2014)

(Imagem retirada do site "pampilhosa da serra, imagens para o futuro")

 

E como nenhuma coletividade vive sem pessoas, achei por bem falar de duas. Todos são importantes, porque dão o seu tempo e esforço sem receber nada em troca, apenas pelo gosto do que fazem e com o objetivo de não deixar morrer as tradições ancestrais. Mas não podia falar de todas!

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Fernando Almeida, nasceu a 12 de julho de 1962, é natural de Vale Serrão, vive na Pampilhosa e é responsável pelo departamento financeiro da empresa Macorlux. No Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra, é presidente, ensaiador e dançarino.

 

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A Sara Borbinhas, nasceu a 5 de maio de 1999, vive na Aldeia Cimeira, estuda e desde 2010 que a podemos encontrar a dançar no Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra.

 

 

 

 

Urbano Duarte

Neste Dia Mundial do Livro, porque não, falar de um livro que retrata um ilustre pampilhosense; "Urbano Duarte, crónicas dos anos quentes, 1971-1980", da autoria do jornalista Mário Martins. A apresentação do livro teve lugar na Biblioteca Municipal Dr. José Fernando Nunes Barata, no dia 18 de abril, pelas 15:00 horas. A abertura da apresentação foi feita pelo Vereador João Alves e o orador foi o nosso Presidente da Assembleia Municipal, Prof. José Ramos Mendes.

O autor do livro começou por explicar que a sua ligação à Pampilhosa era pela amizade que teve com dois pampilhosenses, Urbano Duarte e Augusto Nunes Pereira.

Urbano Duarte que nasceu em Pescanseco do Meio no dia 21 de fevereiro de 1917, era o diretor do jornal “Correio de Coimbra”, quando Mário Martins, com 16 anos, foi trabalhar para lá.

As crónicas que escrevia no jornal, designadas por “ Sintomas”, saíam na 1ª página, estando muitas vezes, mais destacadas do que o nome do jornal ou mesmo do que as outras notícias.

O pampilhosense sacerdote, professor e jornalista, muito estimado em Coimbra, nunca esqueceu as suas origens.

Faleceu na noite de 16 de maio de 1980 no seu quarto, no Seminário Maior de Coimbra.

O jornalista Mário Martins, ainda fez um desafio à Câmara da Pampilhosa, o de fazer um busto em homenagem a Urbano Duarte e o de fazer um livro com todos os textos que escreveu sobre a Pampilhosa. Promessas que a Câmara de Coimbra prometeu e nunca cumpriu.

Por mim, só posso agradecer a Mário Martins, por ter dedicado um livro a um pampilhosense que eu desconhecia, mas que ao conhecer fiquei a admirar. Admiração igual à que tenho pelo Monsenhor Nunes Pereira, também seu amigo pessoal e que também aparece mencionado neste livro.

É caso para dizer, como disse o Prof. Ramos Mendes, nesta apresentação, quando falava de Urbano Duarte e lembrando-se do nome de tantos pampilhosenses, que assim como Urbano Duarte, engrandeceram a história da sua terra natal: “Mas que grande Pampilhosa”!

 

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 (Capa do livro)

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(Imagem retirada do livro "Urbano Duarte", de Mário Martins, pág. 45) 

 

“Aqui, junto das viúvas de Fajão, dos velhos com a enxada na mão, dos gaseados do guerra, dos esportelantes para que haja estrada e melhoramentos, dos esquecidos da justiça e das contas, das pessoas de rodilha com molho às costas e mãos erguidas à Senhora da Guia, é que eu queria ver esses jovens que se arvoram em defensores do povo, embora sem nunca terem saboreado o caldo e a côdea do povo, porque sempre tiveram mesa de ricos”

(Urbano Duarte, "Síntoma" n.º371, mencionado no livro de Mário Martins, pág. 100)

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 (O jornalista, Mário Martins, na apresentação do seu livro)

Património Geológico

Não posso ficar indiferente neste Dia Mundial da Terra e neste Dia Nacional do Património Geológico. Porque o mesmo seria desprezar os nossos antepassados, o mesmo seria desprezar o trabalho já feito no nosso concelho em matéria de património geológico. E a verdade é que este trabalho começou tarde, comparando com outros concelhos vizinhos, mas começou e ainda não acabou. E ainda bem que não terminou porque isso quer dizer que ainda há muito por descobrir nas serras da Pampilhosa.

Segundo António Amaro Rosa, num estudo que fez em 2011, com o nome "Arqueologia em Pampilhosa da Serra" e que se pode ler no SERRAS ONLINE, o primeiro estudo de arqueologia no nosso concelho foi feito por Paula Teresa das Neves Dias, em 1985, e chamava-se "Subsídios para o levantamento arqueológico do concelho de Pampilhosa da Serra".

Em 1994 é editado pela Câmara Municipal o livro "Levantamento Arqueológico do Concelho de Pampilhosa da Serra", dos arqueólogos Carlos Batata e Filomena Gaspar. Deste levantamento resultou a inventariação de 44 estações arqueológicas, não se detetou, no entanto, a existência de arte rupestre.

 

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 (Capa do livro editado em 1994)

 

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Espirais em ouro, encontradas no "Forno dos Mouros", penedos da serra do Machialinho, por Manuel Francisco Bento Alves, em agosto de 1985.

(Pág. 48, 49, 50, 51 e 52 do livro "Levantamento arqueológico do concelho de Pampilhosa da Serra)

 

As duas imagens seguintes são de um enorme quartzito, com inscrições do séc. XVIII, que na altura do levantamento arqueológico, estava a servir de batente de prensa no lagar comunitário de Carvalho, freguesia de Pampilhosa da Serra.

(Pág. 29, 30 e 31 do livro "Levantamento arqueológico do concelho de Pampilhosa da Serra")

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 (Imagens retiradas do livro "Levantamento arqueológico do concelho de Pampilhosa da Serra")

 

Pelo facto de, em 2005 o concelho de Pampilhosa da Serra ter sido quase todo devastado pelos incêndios e porque a instalação dos parques eólicos passaram a carecer de acompanhamento arqueológico, os mesmos arqueólogos tiveram a oportunidade de atualizarem o levantamento anterior, mas agora com mais condições.

E dessa atualização resultou a revelação da existência de arte rupestre e da existência de mamoas. 141 mamoas associadas a cerca de 150 painéis de arte rupestre.

O levantamento foi editado pela Câmara Municipal e pela empresa OZECARUS, Lda., em 2009 e chamava-se "Carta Arqueológica do Concelho de Pampilhosa da Serra".

 

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 (Capa do livro editado em 2009)

 

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(Descrição de uma mamoa, retirada do livro "Carta Arqueológica do Concelho de Pampilhosa da Serra", pag. 116)

 

Os arqueólogos Carlos Batata e Filomena Gaspar sentiram a necessidade de intervir em dois monumentos funerários bastante degradados. Após essa intervenção publicaram um artigo, também em 2009, com o nome "Mamoas e arte rupestre no concelho de Pampilhosa da Serra (Centro de Portugal)" para a revista "AÇAFA".

Fig.12 Aspeto da Mamoa V de Vilares, após escava

Imagem do aspeto da Mamoa V de Vilares, após a escavação dos arqueólogos Carlos Batata e Filomerna Gaspar.

(Retirada da revista AÇAFA On Line, n.º2, 2009, pág.16)

 

O núcleo rupestre da Serra da Cebola I, chegou a estar em processo de classificação, mas o mesmo foi arquivado por anúncio n.º13522/2012, D.R. n.º194, 2.ª série, de 8 de outubo de 2012. O ponto 2 do anúncio dizia: "A decisão de arquivamento do procedimento de classificação em causa teve por fundamento o parecer de que a classificação isolada do núcleo da Serra da Cebola é redutora face à extensão, valor científico e patrimonial do complexo de arte rupestre das Beiras, pelo que, para salvaguardar a proteção do núcleo, parece mais adequada a classificação como sítio de interesse municipal.

"Conhecer, explorar, partilhar"

Vamos aproveitar o tema "Monumentos e sítios: Conhecer, explorar, partilhar" deste Dia Internacional de Monumentos e Sítios, e vamos até ao último brasão do concelho de Pampilhosa da Serra: Quinta da Nossa Senhora da Memória dos Padrões, freguesia de Portela do Fojo - Machio.

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A construção da Quinta é do século XVIII e terá pertencido a D. Manuel José da Fonseca Barata, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real e Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo. Este fidalgo de cota de armas e primeiro morgado desta Quinta de Nossa Senhora da Memória de Padrões, nasceu a 22 de fevereiro de 1739, casou com Maria Caetana da Fonseca Arnaut em 1757 e foi enterrado a 9 de janeiro de 1826 na Capela-mor da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Paz de Portela do Fojo.

 

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É no interior da Quinta que se encontra a Capela de Nossa Senhora da Memória, a primeira referência a esta capela remonta a 1721 aquando o inquérito paroquial do Bispado de Coimbra. O seu edifício está integrado na casa, o acesso é pelo exterior assim como a de uma possível sacristia, mas os proprietários da casa assistiam à celebração religiosa numa sala que fica na parede oposta à do altar, onde existe um lindíssimo separador em teia de madeira.

A capela é particular mas podem contactar os proprietários e visitá-la. Vai valer a pena!

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 Fontes:

- "Herdade de Alvares - Forais e sua história" de António Manuel Barata da Fonseca, maio 2014, SIG, Lda.

- "Subsídios para uma cronologia do concelho de Pampilhosa da Serra" de Ana Paula Loureiro Branco e António Amaro Rosa, 2007, Município de Pampilhosa da Serra.

- Site "Portal Pampilhosense", freguesia de Portela do Fojo, Padrões, texto de António Amaro Rosa.